A paralisação dos Auditores Fiscais já está repercutindo nos índices de arrecadação. Com base em números divulgados pela Codac (Coordenação-geral de Arrecadação e Cobrança) nesta semana, é possível se inferir que o prejuízo causado aos cofres públicos pela inércia do Governo para a regulamentação do Bônus de Eficiência e da Progressão pode ter alcançado cifras em torno de R$ 12 bilhões somente no último semestre de 2017.

Dois índices liberados pela Coordenação – o IECE (Índice de Efetividade da Cobrança Especial) e o IRC (Índice de Recuperação de Cobrança) – demonstram de forma categórica a forte queda do grau de eficiência da RFB (Receita Federal do Brasil) nos últimos três meses. Em relação à recuperação de débitos em cobrança, no 3° trimestre do ano passado, os índices ficaram em 23,98% e 22,56% (respectivamente), enquanto que no trimestre seguinte, despencaram para 14,84% e 12,79% - com base nesses números é possível dizer que a perda financeira ultrapassou a casa dos R$ 12 bi.

Vale salientar que a queda ocorreu mesmo com o prazo final do Pert (Programa Especial de Regularização Tributária) em novembro, o que demonstra claramente o impacto da desmotivação e da greve dos Auditores na arrecadação do 4° trimestre de 2017. 

A DEN (Diretoria Executiva Nacional) ressalta que não é do interesse de nenhuma das partes o prolongamento dessa situação. A Classe está pronta para retomar o trabalho de excelência costumeiro, mas não pode aceitar passivamente que o Governo Federal se recuse a cumprir acordo assinado há dois anos. A demora para a regulamentação do Bônus de Eficiência e da Progressão Funcional demonstra a completa falta de compromisso do Executivo com a categoria, permitindo de forma inaceitável que se prolongue um cenário prejudicial a todos.