O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT), disse ontem que o governo tem o compromisso de acabar em quatro anos com contratos de terceirização de serviços. Segundo ele, a obrigação consta de um termo de ajustamento de conduta que o governo assinou com o Ministério Público Federal. O ministro disse que há cerca de 35 mil pessoas trabalhando no serviço público como mão-de-obra terceirizada.Reportagem da Folha de anteontem revelou que a conta do governo com pagamento a terceirizados cresceu 75% em termos reais, de 2002 a 2006. Também descontada a inflação, a elevação do gasto com funcionalismo contratado diretamente pela estrutura federal ficou em 15% no período.Sobre o número de terceirizados, Bernardo disse que "só nos hospitais públicos federais são aproximadamente 22 mil". Ele negou incoerência entre o discurso e a prática do governo. "Eram muito mais [terceirizados]. Já substituímos uma série deles, mas ainda temos mais de 35 mil pessoas trabalhando na forma de temporários. Estamos fazendo concurso, mas a substituição não acontece imediatamente."Nos últimos quatro anos, outros 33 mil terceirizados foram substituídos por funcionários contratados após concurso, segundo o governo. O Ministério do Planejamento não informou a data de assinatura do termo com o Ministério Público Federal citado pelo ministro.