Paulo Bernardo: redução da carga tributária tem que ser gradativa
Gustavo Paul e Henrique Gomes Batista - O GloboBRASÍLIA - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou hoje que, mesmo reconhecendo que a carga tributária está muito elevada, o governo não tem condições de abrir mão, imediatamente, de um volume grande arrecadação por intermédio de desonerações. Já a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, destacou que o aumento da arrecadação não decorreu do aumento das alíquotas dos impostos e contribuições pagos pelos brasileiros e as empresas. - Todos concordamos que a carga tributária está alta e estamos fazendo esforço para diminuí-la. A questão é que não se pode reduzir R$ 30 bilhões, R$ 40 bilhões de uma vez só. Tem que fazer (a redução) de forma gradativa- afirmou o ministro, após participar do seminário "Obstáculos e soluções para o desenvolvimento da infra-estrutura", organizado pela Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib). - Não houve aumento da carga tributária. (A arrecadação) cresceu por causa do PIB (Produto Interno Bruto, conjunto de riquezas geradas pelo país) pois não temos aumentado tributo - reformou Dilma, que participou do mesmo seminário. Mesmo assim, os empresários defenderam um plano de ação do governo para reduzir a carga tributária. Presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter voltou a defender que seja estabelecido um cronograma para redução da carga, o que implica na adoção de um teto para a expansão das receitas do governo como proporção do PIB. Na terça-feira, a Receita Federal divulgou que a carga tributária de 2006 subiu 0,85 ponto percentual, pelo terceiro ano consecutivo, para 34,23% do PIB, incluindo estados e municípios.