Ministro da Defesa diz que Abin comprou ilegalmente malas de grampo, revelou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, durante reunião de coordenação política do governo no Palácio do Planalto.
03/09/2008 - 04h18 Ministro da Defesa diz que Abin comprou ilegalmente malas de grampo da Folha Online A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) adquiriu ilegalmente maletas de interceptação telefônica, revelou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, durante reunião de coordenação política do governo no Palácio do Planalto. Segundo reportagem de Alan Gripp, desta quarta-feira, publicada pela Folha, a informação foi decisiva para o afastamento do diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda, no episódio envolvendo o grampo ilegal do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes. A íntegra da reportagem está disponível para assinantes do UOL e do jornal. A revelação surpreendeu o presidente Lula, o vice José Alencar e outros seis ministros presentes, segundo relatos obtidos pela Folha. Por lei, a Abin é proibida de fazer escutas. As maletas podem fazer grampos em celulares sem depender de operadoras telefônicas --e, por isso, em tese, sem a necessidade de autorização judicial. Com preço estimado em US$ 500 mil, o equipamento consiste em um laptop e uma antena acondicionada em uma pasta tipo 007. O principal é um software que acompanha o computador, capaz de decodificar comunicação digitais criptografadas. A aquisição teria sido feita por sistema de compras do governo. A declaração de Jobim contradiz o depoimento de Lacerda na CPI dos Grampos, no dia 20 de agosto. Na ocasião, ele negou que a Abin faça escutas. Ao TCU (Tribunal de Contas da União), a agência disse que gastou R$ 278,5 mil, em 2005, com equipamento bloqueador de celular (íntegra para assinantes). Grampos Em depoimento à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara, o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Armando Félix, disse que a única tecnologia realmente capaz de evitar grampos telefônicos é "não abrir a boca". Para ele, as novas tecnologias permitem a execução de escutas telefônicas e ambientais em praticamente qualquer local ou ligação. "Tecnologia antigrampo: a única realmente eficaz é não abrir a boca. Existem equipamentos hoje que colocam infravermelho na vidraça nas nossas salas de trabalho. Com a vibração da voz, ele capta tudo aquilo que está sendo falado, e são equipamentos que não são tão modernos assim. Hoje é muito difícil ter absoluta certeza de que você não está sendo monitorado de alguma forma", afirmou. No depoimento à CPI, Félix negou que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) tenha realizado escutas ambientais no STF (Supremo Tribunal Federal) durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal. "Não tivemos nem temos nenhum acesso ao trabalho no Supremo. Quando eles pedem apoio, nós fornecemos o apoio. Quando outro poder nos pede algum tipo de apoio, nós fornecemos. Mas não há porque estarmos nos intrometendo", disse o general. O presidente do STF, Gilmar Mendes, recebeu denúncia de que seu gabinete no tribunal teria sido monitorado pela Polícia Federal a pedido de do juiz Fausto de Sanctis --responsável por expedir o pedido de prisão do banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity. Leia a reportagem completa na Folha desta quarta, que já está nas bancas. http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u440775.shtml