Créditos externos ou BNDES e BB.O ministro da Fazenda, apesar da sua opinião otimista em relação aos efeitos da crise financeira mundial sobre a economia brasileira, reconhece que o País terá de enfrentar as conseqüências da ausência de crédito

18 Set 2008
Quinta-Feira, 18 de Setembro de 2008 | Versão ImpressaTodavia, já adiantou que o governo abrirá os cofres dos bancos federais para compensar essa escassez...O ministro não parece cônscio da importância nem dos efeitos da falta desses créditos. Os bancos estrangeiros já suspenderam operações num valor superior a US$ 12 bilhões. Para isso, invocaram a cláusula do "material adverse change", que permite que as instituições de crédito suspendam temporariamente as operações caso as condições do mercado financeiro sofram profunda modificação. É o caso, atualmente, quando o custo de captação dos bancos chega a atingir 14% ao ano.Essa decisão dos bancos estrangeiros está levando diversas empresas brasileiras a situações muito delicadas, na medida em que elas haviam fechado negócios contando com empréstimos externos e, assim, ganharam licitações para construção de navios-sonda de perfuração de petróleo ou de plataformas para a Petrobrás.Para o ministro, a solução dessas dificuldades parece simples: os bancos federais poderão substituir os estrangeiros. Mas de onde sairão os recursos dos bancos federais? Basicamente, do Banco do Brasil (BB) e do BNDES, que para aumentar seus empréstimos tiveram de recorrer ao mercado financeiro internacional. Por outro lado, há que considerar que até agora os empréstimos do BB eram muito mais caros do que os obtidos dos bancos no exterior e que, nas propostas que fizeram para concorrer à licitação, as empresas brasileiras levaram em conta o custo dos empréstimos externos.É particularmente interessante o fato de que as primeiras vítimas da suspensão de empréstimos externos sejam justamente empresas que deviam fornecer equipamentos para a exploração das jazidas de petróleo do pré-sal. Essas empresas poderão invocar a falta de financiamentos para atrasar o fornecimento desses equipamentos, já que a suspensão dos empréstimos é provisória.O governo tem de dar atenção a esse fato nas vésperas de definir uma nova política petrolífera, que exigirá vultosos financiamentos, difíceis de levantar no mercado financeiro mundial, ao passo que investidores estrangeiros poderão mobilizá-los dependendo das condições ofertadas. http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080918/not_imp243760,0.php