Feira do Livro em Porto Alegre: Crise econômica e falta de verbas afetam programação da Feira.Por falta de alternativa, evento deve ser menor que seus antecessores.

08 Out 2008

54ª Feira do Livro | 08/10/2008 08h11min Crise econômica e falta de verbas afetam programação da Feira Carlos André Moreira A edição em preparo da Feira do Livro de Porto Alegre será maior que todas as precedentes, uma afirmação que, dada a natural expansão da Feira, não diz muita coisa mas está sempre correta. Este ano pode ser diferente. Ainda sem parecer favorável que a permita captar recursos pela Lei de Incentivo à Cultura (LIC) e agora atingida em parte de sua programação internacional pela atual crise econômica, a Feira do Livro deste ano pode ser, por falta de alternativa, menor que a suas antecessoras. A menos de um mês do início do evento mais importante do calendário do livro em Porto Alegre, as feições com que a Feira vai se apresentar para o público ainda são uma incógnita. Com um orçamento inicial de R$ 2,4 milhões para esta 54ª edição - prevista para o período entre 31 de outubro e 16 de novembro -, a Feira teve sua primeira requisição de recursos via LIC, no valor de R$ 700 mil, negada pelo parecer do relator Cicero Alvarez e ratificada pelo Conselho Estadual de Cultural na reunião do dia 28 de agosto último. O relator afirmou em sua decisão que o projeto continha incongruências, erros de datas e não era muito claro nos critérios de pagamentos de cachês. A Câmara Rio-Grandense do Livro, responsável pela organização da Feira, fez as correções pedidas pelo relator e o projeto foi reapresentado, mas ainda está em tramitação nos prazos processuais do Conselho. – A informação que tivemos com relação ao andamento desse recurso é que o projeto foi entregue para análise de outro relator, então é necessário mais tempo para que o novo relator analise o processo e se familiarize com ele – comenta o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, o editor João Carneiro, que se diz confiante na aprovação da nova solicitação. – Fizemos todos os esclarecimentos solicitados pelo primeiro relator e ainda detalhamos mais o projeto – diz. O resultado da nova solicitação só deve sair depois do dia 22. Até lá, a Feira está captando o que pode com a Lei Rouanet, legislação nacional que permite patrocínio com abatimento do Imposto de Renda como contrapartida. E tem feito reuniões diárias para enxugar despesas no projeto, com o corte de investimentos na estrutura física ou o cancelamento de alguns eventos. Mas outro problema desafia o projeto da feira, a alta do dólar provocada pela crise bancária internacional. A Feira havia previsto uma programação com um bom número de nomes vindos de fora, cuja vinda está sendo reavaliada devido aos altos custos de passagens internacionais para transportar os convidados. Os estrangeiros da feira deste ano incluíam escritores estrangeiros de Língua Portuguesa (os angolanos Pepetela e Luandino Vieira), francesa (o historiador Roger Chartier) e inglesa (como o marido de Isabel Allende e romancista estreante William C. Gordon ou o escritor inglês de livros de suspense Peter Robinson). Como algumas dessas atrações vêm por meio de parcerias com as editoras para turnês que vão passar por outras cidades do Brasil, sua presença em Porto Alegre continua confirmada, como é o caso de Peter Robinson e Pepetela. Por questões particulares, Luandino Vieira – vencedor do Prêmio Camões em 2007 – informou que não poderia vir, e como já luta para garantir a Feira a Câmara não insistiu muito. – É uma pena. Logo que fui eleito patrono a previsão era de que essa seria a maior de todas as feiras, mas agora com esses problemas a feira vai sofrer um pouco. Mas ainda será a Feira do Livro, e isso tem de ser levado em conta – comenta o patrono da edição deste ano, Charles Kiefer. Para seu filho ler Falta menos de um mês para que comece a Feira do Livro de Porto Alegre, uma espécie de festa juntando as livrarias da cidade em uma praça muito bacana no Centro. Ali, no meio do verde da praça e do azul do Guaíba (a parte dedicada às crianças fica na beira do rio), dá pra circular entre as barracas, ver os autores de alguns livros que você lê, ouvir histórias, ou só tomar um refri curtindo a paisagem. E se chover não tem problema, tem uma lona cobrindo tudo para manter você e os livros sequinhos. Cobre dos seus pais a ida à Feira.

http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/feira-do-livro/noticia/detalhe/Crise-economica-e-falta-de-verbas-afetam-programacao-da-Feira.html