Mercado espera PIB e novos juros brasileiros

Fonte FOLHAONLINE
08 Jun 2009
Se nas últimas semanas os indicadores sobre a economia dos EUA e da Europa eram os que monopolizavam as atenções dos investidores, na próxima são dados que dizem respeito ao Brasil os mais esperados.Amanhã, sai a variação do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre deste ano. No último de 2008, foi registrada retração de 1,3% ante o mesmo período de 2007 e de 3,6% na comparação com o trimestre anterior.O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admitiu que a economia do país pode ter encolhido nos três primeiros meses de 2009, o que significaria uma recessão, a qual é caracterizada por dois trimestres seguidos de queda do PIB, segundo a definição tradicional.Os analistas de mercado estimam que a baixa da economia no primeiro trimestre deste ano tenha sido de até 2% ante o quarto trimestre do ano passado e de até 2,8% na comparação com o primeiro de 2008.Na quarta-feira, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informa a medição do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para maio. Em abril, a inflação havia ficado em 0,48% e os economistas esperam que tenha recuado ligeiramente, para 0,45%, no mês passado.O comportamento dos preços deve avalizar uma nova redução da taxa básica de juros da economia, a Selic, pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central). Em queda desde janeiro, a taxa se encontra atualmente em 10,25% ao ano. Os analistas de mercado estão divididos sobre o tamanho do corte que será anunciado na quarta, após a reunião de dois dias: as apostas são de 0,5 ponto percentual a um ponto."Julgamos que o senso de urgência [em reduzir os juros para tentar reaquecer a economia] dos encontros anteriores não existe mais e que os sinais recentes de recuperação poderão compensar parcialmente o impacto negativo que a confirmação da ocorrência de recessão técnica terá entre os agentes. Ademais, os estímulos monetários concedidos até o momento ainda não foram incorporados à economia, algo que deve se intensificar daqui por diante", diz Jankiel Santos, economista-chefe do BES Investimento, em relatório enviado a clientes, justificando a sua previsão de corte de 0,75 ponto percentual.O feriado de Corpus Christi na quinta-feira encurta a semana do mercado financeiro -o número e o volume de negócios devem ficar bem abaixo da média de um dia normal na sexta, que concentra os indicadores econômicos internacionais de destaque no período.A China informa as vendas no varejo em maio e a produção industrial do mesmo mês. Como o país compra muita matéria-prima (minério de ferro, por exemplo) e alimentos do Brasil, o andamento da sua economia mexe com o humor dos investidores locais. As empresas ligadas ao setor de commodities têm grande peso na Bovespa. Além disso, um volume de exportações elevado empurra as cotações do dólar contra o real para baixo.Nas últimas semanas, a agressiva política de estímulo adotada pelo governo chinês tem garantido uma certa estabilização do ritmo da atividade no país, contendo a forte queda registrada no início do ano.A zona do euro também apresentará os números a respeito da sua produção industrial em abril e a Universidade de Michigan divulga o resultado da sua pesquisa sobre a confiança do consumidor dos EUA --espera-se que tenha subido de 68,7 pontos no mês passado para 69,5 pontos em junho.